Arte urbana de BH dá vida e cores para as ruas da capital mineira

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Já se deparou com um desses cartazes criativos em postes pela cidade e sorriu — ou até fotografou — diante de uma mensagem divertida e inesperada no caminho para o trabalho? 

Esse tipo de intervenção artística vem se popularizando cada vez mais, colorindo as ruas e inserindo artes diversas no cotidiano das pessoas.

A arte urbana se caracteriza por ocupar espaços públicos, fora daqueles tradicionalmente reservados à arte e à cultura, como teatros e museus. Ela se manifesta em locais de passagem e de convivência na cidade, modificando a paisagem urbana.

Neste post, vamos conhecer um pouco mais da história, características e exemplos desse tipo de arte que vem colorindo e dando vida às ruas de Belo Horizonte, seguindo uma tendência mundial. Bora lá?

Conheça os tipos mais populares de arte urbana

Tudo indica que esse movimento começou — pelo menos da forma como o conhecemos hoje — nos Estados Unidos, na década de 1970, tendo o hip hop como um de de seus expoentes. 

Mas existem registros mais antigos de que na Grécia Pré-Socrática e em Roma, notícias e informações eram transmitidas por meio de desenhos espalhados pela cidade. Havia, ainda, os artistas que se apresentavam nas ruas e os trovadores na Idade Média (artistas que recitavam versos e poesias em festas e nos palácios para entreter os nobres).

Sem padrão estético definido e caracterizada pelo uso de técnicas e temáticas variadas, a arte urbana é pautada pela diversidade e, geralmente, apresenta algum tipo de crítica social e/ou política.

Outra característica é o dinamismo e a efemeridade de algumas intervenções, que, muita vezes, ficam registradas apenas em fotografias. Conheça a seguir alguns dos tipos mais populares de arte urbana.

Grafite

Um dos tipos de arte urbana mais populares e difundidos atualmente, o grafite foi uma das primeiras expressões da arte de rua a surgir no Brasil — mais precisamente em São Paulo, na década de 1970, coincidindo com um período de grande repressão e censura, que foi a época da ditadura militar.

Embora tenha sido marginalizado a princípio, e ainda seja visto com certo preconceito, o grafite vem conquistando um espaço de destaque cada vez maior. Geralmente, é feito com tinta spray, criando desenhos e ilustrações estilizadas com muitas cores, que dão vida a muros, túneis, edifícios etc.

Similar ao grafite, o estêncil é feito com um molde de papel, que é afixado com spray, dando acabamento ao desenho.

Lambe-lambe

Os cartazes lambe-lambe podem ser feitos à mão ou impressos, com ilustrações diversas e/ou frases legais, que chamam a atenção e causam impacto nos passantes, seja por provocar algum tipo de reflexão, seja por trazer uma mensagem criativa, divertida e/ou poética.  

No intuito de espalhar mineiridade pela nossa querida Beagá e alegrar o dia de quem transita pela cidade, nós, da Bendizê, decidimos criar lambe-lambes com frases e expressões típicas do nosso vocabulário — vulgo mineirês — exaltando nosso sotaque e a maravilhosa cultura mineira! Se vir um deles por aí, depois de abrir um sorriso, tira uma foto e marca a gente? 🙂

Mineiro com ascendente em queijo!

Performances e apresentações

Nesta categoria, incluem-se apresentações musicais, teatrais, circenses, malabares, estátuas vivas, dança, etc. Geralmente são realizadas em locais de grande circulação de pessoas.

Outros exemplos de arte urbana são instalações artísticas — aquelas que utilizam objetos para modificar um cenário preexistente —, arte em adesivos (sticker art), colagens, poemas urbanos etc.

Cores na cidade: cartazes espalhados dão cara nova a BH

Em setembro de 2011, a lei de nº 10.277/11, através do decreto de nº 14.589, regulamentou as manifestações da arte de rua na capital mineira. O artigo 5° da Constituição brasileira também garante a liberdade de todo cidadão se manifestar artisticamente. 

Sorte a nossa, que já vivemos em uma cidade linda e que tem ficado cada vez mais alegre e colorida, deixando um pouco de lado o cinza característico das metrópoles, não é mesmo?

Cê já viu as empenas do CURA?

Sabia que BH tem o primeiro mirante de arte urbana do mundo? Da rua Sapucaí, no bairro Floresta, é possível avistar murais gigantes pintados nas empenas de prédios na região central da cidade. A iniciativa foi do coletivo CURA (Circuito Urbano de Arte), que busca contemplar tanto artistas homens e mulheres, como internacionais e locais, prezando também pela diversidade de técnicas.

A Sapucaí já vinha figurando nos guias turísticos de Beagá devido aos bares, restaurantes e espaços culturais que abriga. Com as empenas do CURA, esse movimento se intensificou e, em 2018, duas lunetas fixas e públicas foram instaladas pela Belotur para melhorar a experiência de apreciação dos murais. Vale a pena dar um rolê por lá, hein? E ainda dá pra fazer fotos bem bacanas!

Outra ação do coletivo foi realizada no bairro Lagoinha, um antigo reduto boêmio da cidade, que também ganhou seu mirante, na rua Diamantina. Fachadas, bares e muros serviram de tela para os artistas convidados, com o objetivo de realizar uma revitalização cultural no tradicional bairro, atraindo moradores de outras regiões para criar novas conexões e oportunidades, segundo as idealizadoras e curadoras do projeto.

Além disso, o CURA promove festivais no período em que as obras estão sendo feitas para que o público possa acompanhar ao vivo a execução das artes de um só ponto — como a rua Sapucaí e a rua Diamantina. Irado, né?

Sem dúvidas, a arte urbana de BH tem um papel muito importante e pode ajudar não só a transformar a paisagem da cidade, como contribuir para revelar artistas pouco reconhecidos, denunciar mazelas sociais e ser instrumento de luta e de protesto, além de popularizar o acesso à arte, outrora restrito a ambientes específicos.

Além disso, torna o ambiente mais agradável esteticamente, pulveriza cultura e pode até ser corresponsável por revitalizar espaços esquecidos, degradados, recuperando um senso de pertencimento à população de determinada região.

Podemos dizer que a arte urbana em BH vem se fortalecendo e deixando a cidade cada vez mais cheia de cor e de vida, tornando o cotidiano dos belorizontinos mais agradável e inspirador, concorda? Estamos orgulhosos de fazer parte desse movimento!
Ficou curioso para ver nossos lambe-lambes? Espia lá no nosso Instagram: @estilobendize

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